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Desabafo

Sonhei acreditando em algo que não via, que não sabia.
Errei ao deixar esse alguém,
E por estar só, me apeguei a costumes banais.
Pelo peso do desejo, pequei — e não aguentei mais.

Vivendo em agonia, me apaguei.
Eu acreditava… mas me apaixonava de novo, e de novo.
Por pessoas vazias, distantes de si mesmas.

Um dia vi uma Letícia —
Mas ela, com o calor firme da razão,
Não me deu atenção.
E eu, afundado na loucura dos meus atos,
Perdi meu espaço, meu chão.

Meu coração vive amargurado,
Por saber que devia apenas… acreditar.
Fiquei parado, sempre esperando.
O desejo, linchado pelo pecado, me tornou amargo.

Por quê? Para quê?
Agora, o que me resta?

Ver a luz…
Não perdi a oportunidade — eu ressurgi.

Mas não me faça perceber o que desejo.
Apenas… acreditar.
E por quê, se tudo em mim é
Sombra de um passado mal resolvido?

Minha mente repete:
"Acredite. Esqueça."

Mas o que seria, para mim, essa Letícia?

Tente apenas me conhecer.
Ainda sou uma pedra bruta,
Precisando ser lapidada.

De todas as promessas, eu te guardo.
Agora, espero — como sempre —
Que alguém me estenda a mão,
E me tire dessa inquietude.

Pois no fundo, ainda durmo…
Num sono onde nem a luz do dia consigo ver.